Não perca a marcação
Pode parecer fácil e óbvio, mas para quem está correndo nem sempre é fácil ficar seguindo as fitas de marcação de percurso.
Você se concentra na disputa, nos seus passos, no ritmo, na música que sai dos fones de ouvido, na conversa com o companheiro ao lado… e esquece da marcação. Quando percebe, já não sabe quando foi a última vez que viu uma e fica na dúvida para onde seguir.
Isso complica um pouco mais quando existe uma “reta” longa, sem saída ou bifurcações, e a organização opta por colocar as fitas bem espaçadas. Muitas pessoas não conhecem o percurso e não sabem da característica dessa “longa reta” e quando não vêem uma marcação, ficam na dúvida se perderam alguma entrada e não sabem se voltam ou vão para a frente.
Mas essa é uma discussão para outra postagem, o objetivo aqui é mostrar opções de marcação que já vi em provas.
E de qualquer maneira é importante saber qual marcações serão utilizadas. Pode ser que você encontre marcações antigas que não foram retiradas por outro organizador e se confundir.
Fitas, placas, marcações permanentes, staff
De forma geral utiliza-se um conjunto de ferramentas para fazer a marcação do percurso, cada uma utilizada em situações distintas que podem depender do local e do terreno.
1 – Fitas
O método mais comum é a utilização de fitas presas pelo caminho e pode estar colocada na altura da visão ou mais próximo ao solo.
As fitas podem ser genéricas (preta e amarela); personalizada com a logo da prova ou do organizador; coloridas, com cada cor identificando um tamanho de percurso.
Vale um parêntese sobre as fitas personalizadas. Isso evita que o atleta faça confusão com fitas antigas de outras provas e também ajuda no pós-prova.
Caso algumas pessoas reclamem de lixo deixado para trás, rapidamente é possível identificar se foi deixado pela organização atual ou é algo de outra prova.
Fitas esticadas e fechando entradas indica a proibição de passagem (mas sabemos que estórias de gente que passa por cima ou por baixo…)
2 – Placas
As placas normalmente são colocadas em bifurcações, encruzilhadas. Podem ser aproveitadas para indicar algum perigo e podem indicar a quilometragem que o atleta se encontra.
3 – Fitas refletivas
Idéia trazida da original La Misión argentina, fitas refletivas foram utilizadas na Serra Fina quando a franquia desembarcou por aqui. Muitos atletas passam a noite correndo e fica dificil visualizar a marcação normal mesmo com o uso de lanterna.
Com as fitas refletivas os corredores visualizam facilmente o caminho durante a noite, muitas vezes dezenas de metros à frente.
As fitas podem ser presas (grampeadas, coladas) nas fitas normais, troncos, galhos, pedras, etc.
4 – Mini-bandeiras
Esse tipo de marcação também é pouco visto por aqui. Ideal para terrenos não-rochosos e onde não se encontra locais para amarração de fitas.
Uma das vantagens é a facilidade de tirar e colocar.
5 – Sacola com pedras
Essa foi uma solução interessante que vi no El Origen Aconcágua. A organização utilizou sacolas alaranjadas e encheram de pedras (que tem aos montes em qualquer lugar) para que não saíssem voando.
É um tipo de marcação que não dá para ser usada em qualquer lugar. Como a região da prova é desabitada, não há risco de pessoas tirando as sacolas do caminho.
6 – Cano de PVC com fita reflexiva
Marcação utilizada na Ultra Fiord, com um cano azul preso ao solo e na ponta uma fita amarela (para o dia) e fita reflexiva (para a noite).
7 – Marcações permanentes
O caso do Tor des Geants é o único caso que conhecemos (se alguém souber de algo parecido, por favor deixe nos comentários) de trechos da prova com marcação permanente.
Ao utilizar uma trilha bastante conhecida, foi pedido à organização que deixasse as marcações para ajudar as pessoas que se aventuram por ali e ela se tornou permanente.
8 – Staffs
Não é exatamente uma marcação, mas vale citar os staffs. Eles são muito utilizados em bifurcações/cruzamentos críticos onde o corredor pode se confundir facilmente e as ruas e entradas não podem ser fechadas (por exemplo cruzamentos de ruas, entradas de propriedades rurais, etc).
Podem ser utilizados também quando há divisão de percursos, orientando os corredores a seguir cada um pelo caminho correto.